CURSO DE TEOLOGIA HISTÓRICA MÓDULO 1

 

14 TEOLOGIA SISTEMÁTICA Teologia Sistemática é a organização da teologia em diversos temas, seguindo fatos teológicos, de modo a formar um sistema específico de estudo: Própria estudo de Deus, o Pai. Cristologia estudo de Deus, o Filho, o Senhor Jesus Cristo. Pneumatologia estudo do Espírito Santo. Bibliologia estudo da Bíblia. Eclesiologia estudo das igrejas. Angelologia estudo dos anjos. Soteriologia estudo da salvação. Hamartiologia estudo do pecado. Escatologia estudo do fim dos tempos. Antropologia cristã estudo da humanidade. Demonologia estudo dos demônios sob sua perspectiva cristã. TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO Teologia da Libertação é uma corrente teológica humanista, fundada pelo sacerdote peruano Gustavo Gutierrez, que procura interpretar a Bíblia através do sofrimento dos pobres e pela luta a favor da libertação das comunidades cristãs diante das injustiças sociais. Com tendências marxistas, a Teologia da Libertação, praticadas pelos bispos e sacerdotes da América Latina foi criticada pela hierarquia católica, por apoiar revoluções violentas e lutas de classes. No Brasil o teólogo Leonardo Boff, grande defensor da Teologia da Libertação, ficou conhecido pela defesa das causas sociais. TEOLOGIA DA PROSPERIDADE Teologia da Prosperidade, também conhecida como confissões positivas ou Evangelho da saúde e da prosperidade, é um conjunto de princípios que busca a interpretação de textos bíblicos para fazer com que os fiéis entendam que Deus tem saúde e bênçãos materiais para entregar ao povo, bastando para isso que tenham fé. As ideias básicas da confissão positiva surgiram de algumas seitas sincréticas, nos Estados Unidos, no início do século XX. Baseados na metafísica ensinam que a verdadeira realidade está além do âmbito físico e que a mente humana pode controlar a esfera espiritual, principalmente no que diz respeito à cura de enfermidades. A teologia da prosperidade foi criada pelo pastor americano Essek William Kenyon, divulgada por Kenneth Hagin e adotada pelas igrejas neopentecostais, inseridas no grupo de religiões evangélicas, entre elas a Internacional da Graça de Deus, Universal do Reino de Deus, Renascer em Cristo e a Igreja mundial do Poder de Deus. TEOLOGIA REFORMADA Teologia Reformada é a teologia que estabelece qualquer sistema de crença que traça suas raízes na Reforma Protestante do século 16, na obra de Calvino e de outros reformadores, como também nos documentos produzidos nesse período. Não é uma 14

15 teologia uniforme, mas apresenta diferentes manifestações. Reúnem as igrejas presbiterianas e muitas igrejas congregacionais, batistas, entre outras. TEOLOGIA CONTEMPORANEA Teologia Contemporânea é a teologia dos tempos atuais. Surgiu no início do século XX, com o pastor Karl Barth, na busca de reaver a natureza e sentido da Bíblia como padrão de fé e prática da igreja. É o estudo de Deus no contexto atual e a evolução dos dogmas e dos pensamentos formados a respeito das doutrinas bíblicas no contexto que estamos inseridos. A Teologia Contemporânea recebeu influência de diversas outras tendências teológicas, entre elas: a Teologia Bíblica, a Teologia Católica, a Teologia Protestante, a Teologia Natural e a Teologia Especulativa. Conforme as direções que vai tomando, a Teologia Contemporânea recebe várias designações, entre elas: Teologia Modernista, Teologia Neomodernista, Teologia da Esperança e Teologia do Evangelho Social. A NATUREZA DA DOUTRINA A Bíblia Sagrada dá grande relevância à doutrina, e afirma fornecer o material próprio para seu conteúdo. Ela é enfática em sua condenação contra o que é falso. Adverte contra as "doutrinas dos homens" (Cl. 2.22); contra a doutrina dos fariseus" (Mt ); contra os "ensinos de demônios" (I Tim. 4.1); contra os que ensinam "doutrinas que são preceitos de homens" (Mc. 7.7); contra os que são levados ao redor por todo vento de doutrina" (Ef.4.14). No entanto, se por um lado a Bíblia condena o falso profeta, por outro exorta e recomenda a verdadeira doutrina. Entre outras coisas para a doutrina que "da Escritura é... útil para o ensino" (2 Tim. 3.16). Portanto, nas Escrituras a doutrina é reputada como "boa" (I Tim. 4.6); "sã" (I Tm. 1.10); "segundo a piedade" (ITm. 6.3); "de Deus" (Tt. 2.10), e "de Cristo" (II Jo.9). Para alguns cristãos, a palavra "doutrina" pode se mostrar um tanto ameaçadora. Ela evoca visões de crenças muito técnicas, difíceis e abstratas, talvez apresentadas de forma dogmática. Doutrina, entretanto, não é isso. A doutrina cristã é apenas a declaração das crenças mais fundamentais do cristão: crenças sobre a natureza de Deus; sobre sua ação; sobre nós, que somos suas criaturas; e sobre o que Deus fez para nos trazer à comunhão com ele. Longe de serem áridas ou abstratas, são as espécies mais importantes de verdades. São declarações sobre as questões fundamentais da vida, ou seja, quem sou eu? Qual é o sentido último do universo? Para onde vou? A doutrina cristã, portanto, constitui-se das respostas que o cristão dá àquelas perguntas que todos os seres humanos fazem. 15

16 A doutrina lida como verdades gerais ou atemporais sobre Deus e sobre o restante da realidade. Não é apenas um estudo de eventos históricos específicos tais como o que Deus fez, mas da própria natureza do Deus que atua na história. Crenças doutrinárias corretas são essenciais no relacionamento entre o cristão e Deus. Assim, por exemplo, o autor de Hebreus disse: De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, portanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam" (Hb.11.6). Também importante para um relacionamento adequado com Deus é a crença na humanidade de Jesus; João escreveu: Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus" (I Jo 4.2). Paulo destacou a importância da crença na ressurreição de Cristo: " Se você confessar com a boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa para salvação" (Rm. 10:9,10, NIV). A IMPORTÂNCIA DA TEOLOGIA É comum em nossas igrejas, principalmente as pentecostais, existir um sentimento de negativismo em relação à teologia, certa vez ouvi um obreiro dizer o seguinte: eu não compro uma Bíblia de estudo porque contém teologia de homens, Bíblias de estudo à parte, esta opinião equivocada tem contribuído para que o ensino teológico seja colocado à margem, talvez por um desconhecimento da teologia e seus efeitos na vida cristã individual e da igreja. A importância da teologia se dá em alguns aspectos: SATISFAZ A MENTE HUMANA Deus quando criou o homem, deu-lhe uma capacidade especial, o intelecto, a razão, ou raciocínio, é da mente humana querer entender o que está ao seu redor, o homem não concebe viver sem entender a vida, já dizia o filósofo Sócrates uma vida sem reflexão não merece ser vivida. A teologia como ciência humana, vem para tentar preencher a lacuna do entendimento humano acerca de Deus, fundamentando-se no que Ele revelou em sua Palavra, a Bíblia, que é a fonte primária da teologia (Mateus 22.37). AJUDA NA FORMAÇÃO DO CARÁTER CRISTÃO A teologia injeta em nosso intelecto um conhecimento sobre Deus que influi no desenvolvimento do nosso caráter cristão, moldando a nossa mente para tornar-se 16

17 parecida com a de Cristo, ter uma mente cristã é ver o mundo com a lente dos ensinamentos de Cristo. Ter a mente cristã é compreender o mundo ao nosso redor, influenciados pela verdade de Deus, a ponto de, mesmo imperfeitamente, pensarmos os pensamentos de Deus a respeito de qualquer assunto: desde o salário digno de uma empregada doméstica que tem duas crianças para cuidar e alimentar até as implicações éticas da biogenética. Entre outras coisas, ter a mente cristã é também fazer a análise de um filme ou de uma novela, à luz do ensino do evangelho. (R.RAMOS, 2003, p. 20) SERVE PARA PUREZA E DEFESA DO CRISTIANISMO Ao longo da história da Igreja, surgiram, e ainda surgem muitas teorias, doutrinas, correntes, heresias e afins. Para que a igreja esteja preparada para combater isso e manter uma doutrina bíblica pura, sua teologia precisa estar fundamenta da Bíblia, alguns movimentos religiosos têm sua doutrina fundamentada em teorias que foram combatidas ainda pelos pais da igreja, a doutrina da trindade é um exemplo disso. CONTRIBUI PARA O AVANÇO DO EVANGELHO A Igreja avança de forma sadia quando compreende o significado do evangelho, sendo capaz de dar uma explicação inteligível da verdade a outrem. Os líderes da Igreja têm a responsabilidade de cuidar do desenvolvimento do rebanho (Ef ). FUNDAMENTA A PRÁTICA CRISTÃ Para o cristão é imprescindível entender as escrituras para por em prática os seus mandamentos, a qualidade da nossa espiritualidade é proporcional à qualidade do nosso entendimento da Bíblia. AS ESCRITURAS 2 Timóteo 3.16,17 Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra. O termo Escritura, conforme se encontra em 2 Timóteo 3.16, refere-se principalmente aos escritos do Antigo Testamento(3.15). Há evidências, porém, de que escritos do Novo Testamento já eram considerados Escritura divinamente inspirada por volta do período em que Paulo escreveu 2 Timóteo(1Tm 5.18, cita Lc 10.7; 2Pe 3.15,16). Para nós, hoje, a Escritura refere-se aos escritos divinamente inspirados tanto do Antigo Testamento quanto do Novo Testamento. São (os escritos) a mensagem original de Deus para a humanidade, e o único testemunho infalível da graça salvífica de Deus para todas as pessoas. Paulo 17

18 afirma que toda a Escritura é inspirada por Deus. A palavra inspirada (gr.theopneustos) provém de duas palavras gregas: Theos, que significa Deus, epneuo, que significa respirar. Sendo assim, inspirado significa respirado por Deus. Toda a Escritura, portanto, é respirada por Deus; é a própria vida e Palavra de Deus. A Bíblia, nas palavras dos seus manuscritos originais, não contém erro; sendo absolutamente verdadeira fidedigna e infalível. Esta verdade permanece inabalável, não somente quando a Bíblia trata da salvação, dos valores éticos e da moral, como também está isenta de erro em tudo aquilo que ela trata, inclusive a história e o cosmos cf. 2Pe 1.20,21; veja também a atitude do salmista para com as Escrituras no Salmos 119). Os escritores do Antigo Testamento estavam conscientes de que o que disseram ao povo e o que escreveram é a Palavra de Deus (ver Dt 18.18; 2Sm23.2). Repetidamente os profetas iniciavam suas mensagens com a expressão: Assim diz o Senhor: Jesus também ensinou que a Escritura é a inspirada Palavra de Deus até em seus mínimos detalhes (Mateus 5.18). Afirmou, também, que tudo quanto Ele disse foi recebido da parte do Pai e é verdadeiro (Jo 5.19, 30,31; 7.16; 8.26). Ele falou da revelação divina ainda futura (a verdade revelada do restante do Novo Testamento), da parte do Espírito Santo através dos apóstolos (Jo 16.13; cf.14.16,17; 15.26,27). Negar a inspiração plenária das Sagradas Escrituras, portanto, é desprezar o testemunho fundamental de Jesus Cristo (Mateus 5.18; ; Lc 16.17; , 44,45; Jo 10.35), do Espírito Santo (Jo 15.26; 16.13; 1Co ; 1Tm 4.1)e dos apóstolos (3.16; 2Pe 1.20,21). Além disso, limitar ou descartar a sua inerrância é depreciar sua autoridade divina. Na sua ação de inspirar os escritores pelo seu Espírito, Deus, sem violar personalidades deles, agiu neles de tal maneira que escreveram sem erro (3.16;2Pe 1.20,21; ver 1Co 2.12,13 notas). A inspirada Palavra de Deus é a expressão da sabedoria e do caráter de Deus e pode, portanto, transmitir sabedoria e vida espiritual através da fé em Cristo (Mateus 4.4; Jo 6.63; 2 Timóteo 3.15; 1Pe 2.2). As Sagradas Escrituras são o testemunho infalível e verdadeiro de Deus, na sua atividade salvífica a favor da humanidade, em Cristo Jesus. Por isso, as Escrituras são incomparáveis, eternamente completas e incomparavelmente obrigatórias. Nenhuma palavra de homens ou declarações de instituições religiosas iguala-se à autoridade delas. Qualquer doutrina, comentário, interpretação, explicação e tradição devem ser julgadas e validadas pelas palavras e mensagem das Sagradas Escrituras (ver Dt 13.3). 18

19 As Sagradas Escrituras como a Palavra de Deus devem ser recebidas, cridas e obedecidas como a autoridade suprema em todas as coisas pertencentes à vida e à piedade (Mateus ; Jo 14.21; 15.10; 2 Timóteo 3.15,16; ver Êx 20.3). Na Igreja, a Bíblia deve ser a autoridade final em todas as questões de ensino, de repreensão, de correção, de doutrina e de instrução na justiça (2 Timóteo3.16,17). Ninguém pode submeter-se ao senhorio de Cristo sem estar submisso a Deus e à sua Palavra como a autoridade máxima (Jo 8.31,32, 37). Só podemos entender devidamente a Bíblia se estivermos em harmonia com o Espírito Santo. É Ele quem abre as nossas mentes para compreendermos o seu sentido, e quem dá testemunho em nosso interior da sua autoridade (ver 1Co2.12). Devemos nos firmar na inspirada Palavra de Deus para vencer o poder do pecado, de Satanás e do mundo em nossas vidas (Mateus 4.4; Ef 6.12,17; Tg1.21). Todos devem amar, estimar e proteger as Escrituras como um tesouro, tendo-as como a única verdade de Deus para um mundo perdido e moribundo. Devemos manter puras as suas doutrinas, observando fielmente os seus ensinos, proclamando a sua mensagem salvífica, confiando-as a homens fiéis, e defendendo-as contra todos que procuram destruir ou distorcer suas verdades eternas (ver Fp 1.16; 2 Timóteo 1.13,14 notas; 2.2; Jd 3). Ninguém tem autoridade de acrescentar ou subtrair qualquer coisa da Escritura (ver Dt 4.2nota; Apocalipse nota). Um fato final a ser observado aqui. A Bíblia é infalível na sua inspiração somente no texto original dos livros que lhe são inerentes. Logo, sempre que acharmos nas Escrituras alguma coisa que parece errada, ao invés de pressupor que o escritor daquele texto bíblico cometeu um engano, devemos ter em mente três possibilidades no tocante a um tal suposto problema:(a) as cópias existentes do manuscrito bíblico original podem conter inexatidão;(b) as traduções atualmente existentes do texto bíblico grego ou hebraico podem conter falhas; ou(c) a nossa própria compreensão do texto bíblico pode ser incompleta ou incorreta. A DOUTRINA DE DEUS DEFINIÇÕES BÍBLICAS: As expressões "Deus é Espírito" (Jo. 4: 24) e "Deus é Luz " ( I Jo.1:5), são expressões da natureza essencial de Deus, enquanto que a expressão "Deus é amor" ( I Jo. 4:7) é expressão de Sua personalidade. ( I Tm.6:16) DEFINIÇÃO CRISTÃ DO BREVE CATECISMO: Deus é um Espírito, infinito, eterno e imutável em Seu Ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade. 19

20 DEFINIÇÃO FILOSÓFICA DE PLATÃO: Deus é o começo, o meio e o fim de todas as coisas. Ele é a mente ou razão suprema; a causa eficiente de todas as coisas; eterno, imutável, onisciente, onipotente; tudo permeia e tudo controla; é justo, santo, sábio e bom; o absolutamente perfeito, o começo de toda a verdade, a fonte de toda a lei e justiça, a origem de toda a ordem e beleza e, especialmente, a causa de todo o bem. DEFINIÇÃO COMBINADA: Deus é um espírito infinito e perfeito em quem todas as coisas têm sua origem, sustentação e fim (Jo. 4:24; Ne. 9:6; Apocalipse l:8;is. 48:12; Apocalipse 1:17). A EXISTÊNCIA DE DEUS TEORIAS SOBRE A EXISTÊNCIA DE DEUS: ATEÍSMO: Nega a existência teórica e prática de Deus. DEÍSMO: Deus criou, mas se retirou e deixa a criação à sua própria sorte. Não interfere. PANTEÍSMO: Deus é uma força impessoal que está presente em tudo. TEÍSMO: Existe um Deus, vivo e pessoal, que criou e governa todas as coisas. Não se pode duvidar da existência de ateus práticos, visto que tanto a Escritura como a experiência a atestam. A respeito dos ímpios o Salmo 14.1 declara: Diz o insensato no seu coração: não há Deus (Salmos 10.4b). E Paulo lembra aos Efésios que eles tinham estado anteriormente sem Deus no mundo, Efésios A experiência também dá abundante testemunho da presença deles no mundo. Eles não são necessariamente ímpios notórios aos olhos dos homens, mas podem pertencer aos assim chamados homens decentes do mundo, embora consideravelmente indiferentes para com as coisas espirituais. 20

21 Tais pessoas muitas vezes têm a consciência do fato de que estão em desarmonia com Deus, tremem ao pensar em defrontá-lo e procuram esquecê-lo. Parecem Ter um secreto prazer em exibir o seu ateísmo quando tudo vai bem, mas é sabido que dobram os seus joelhos em oração quando sua vida entra repentinamente em perigo. Na época presente, milhares desses ateus práticos pertencem à Associação Americana para o Progresso do Ateísmo. Para nós a existência de Deus é a grande pressuposição da teologia. Não há sentido em falar-se do conhecimento de Deus, se não se admite que Deus exista. A pressuposição da teologia cristã é um tipo muito definido. A suposição não é apenas de que há alguma coisa, alguma ideia ou ideal, algum poder ou tendência com propósito, a que se possa aplicar o nome de Deus, mas que há um ser pessoal autoconsciente, auto existente, que é a origem de todas as coisas e que transcende a criação inteira, mas ao mesmo tempo é imanente em cada parte da criação. Pode-se levantar a questão se esta suposição é razoável, questão que pode ser respondida na afirmativa. Não significa, contudo, que a existência de Deus é passível de uma demonstração lógica que não deixa lugar nenhum para dúvida; mas significa, sim, que, embora verdade da existência de Deus seja aceita pela fé, esta fé, se baseia numa informação confiável. Embora a teologia reformada considere a existência de Deus como pressuposição inteiramente razoável, não se arroga a capacidade de demonstrar isto por meio de uma argumentação racional. Kuyper fala como segue da tentativa de fazê-lo: A tentativa de provar a existência de Deus ou é inútil ou é um fracasso. É inútil se o pesquisador acredita que Deus recompensa aqueles que O procuram. É um fracasso se, se trata de uma tentativa de forçar, mediante argumentação, ao reconhecimento, num sentido lógico, uma pessoa que não tem esta pistis. (Significada de fé no grego, PISTIS e no Hebraico é EMUNAH ) ACEITAR A EXISTÊNCIA DE DEUS PELA FÉ O Cristão aceita a verdade da existência de Deus pela fé. Mas esta fé não é uma fé cega, mas fé baseada em provas, e as provas se acham, primariamente, na Escritura como a Palavra de Deus inspirada, e, secundariamente, na revelação de Deus na natureza. A prova bíblica sobre este ponto não nos vem na forma de uma declaração explícita, e muito menos na forma de um argumento lógico. Nesse sentido a Bíblia não prova a existência de Deus. O que mais se aproxima de uma declaração talvez seja o que lemos em Hebreus 11:6... é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam. A Bíblia pressupõe a existência de Deus em sua declaração inicial, No princípio criou Deus os céus e a terra. Ela não somente descreve a Deus como o Criador de todas as coisas, mas também como o Sustentador de todas as Suas criaturas. 21


 


Este curso será ministrado em Quatro Módulos aqui neste blog, se inscreva em seguir, para o blog te acompanhar. (a prova será única no final do curso)


1PRIMEIRO MÓDULO: INTRODUÇÃO À TEOLOGIA SISTEMÁTICA A Teologia Sistemática é uma importante ferramenta em nos ajudar compreender e ensinar a Bíblia de uma forma organizada. DEFINIÇÃO DE TEOLOGIA SISTEMÁTICA A palavra teologia é derivada dos termos gregos Theo, que significa Deus elogos, que significa palavra, discurso, tratado ou estudo. A Teologia pode então ser conceituada, do modo mais simples, como a ciência do estudo de Deus. O seu campo é estendido não apenas à pessoa de Deus, mas também às Suas obras, de forma que ela tem sido chamada de o estudo de Deus e de sua relação para com o Universo, Sistematizar, por sua vez, é reduzir diversos elementos a um sistema ou agrupar em um corpo de doutrina. Sistemático, portanto, é aquilo que segue um sistema, uma ordenação, um método. 

Quando se aplica o adjetivo a essa disciplina da enciclopédia teológica não sequer dizer que outras disciplinas (como a exegese ou a teologia bíblica) não seguem qualquer sistema, mas que é a Teologia Sistemática que procura oferecer a verdade acerca de Deus e sua obra, apresentada na Bíblia, como um todo, como um sistema unificado. Teologia Sistemática é qualquer estudo que responda à pergunta: O que a Bíblia toda nos ensina hoje? sobre qualquer assunto. (John Frame, Westminister Seminary, Escondido, Califórnia EUA). Essa definição indica que Teologia Sistemática envolve coletar e compreender todas as passagens relevantes na Bíblia sobre vários assuntos e então resumir seus ensinos claramente de modo que conheçamos aquilo que cremos sobre cada assunto. OUTRAS DEFINIÇÕES DE TEOLOGIA ALEXANDER: A ciência de Deus. Um resumo da verdade religiosa cientificamente arranjada, uma coleção filosófica de todo o conhecimento religioso (W. Lindsay Alexander). 

11 CHAFER: Teologia sistemática pode ser definida como a coleção, cientificamente arrumada, comparada, exibida e defendida de todos os fatos de toda e qualquer fonte referentes a Deus e às Suas obras. Ela é temática porque segue uma forma de tese humanamente idealizada, e apresenta e verifica a verdade como verdade (Lewis Sperry Chafer). HODGE: A teologia sistemática tem por objetivo sistematizar os fatos da Bíblia, e averiguar os princípios ou verdades gerais que tais fatos envolvem (Charles Hodge). THOMAS: A ciência é a expressão técnica das leis da natureza; a teologia é a expressão técnica da revelação de Deus. Faz parte de a teologia examinar todos os fatos espirituais da revelação, calcular o seu valor e arranjá-los em um corpo de ensinamentos. A doutrina, assim, corresponde às generalizações da ciência (W.H. Griffith Thomas) STRONG: A ciência de Deus e dos relacionamentos de Deus com o universo (A. H.Strong). SHEDD: Uma ciência que se preocupa com o infinito e o finito, com Deus e o universo. 

O material, portanto, que abrange é mais vasto do que qualquer outra ciência. Também é a mais necessária de todas as ciências (W. G. T. Shedd). DEFINIÇÕES ERRADAS: Para definir teologia foram empregados alguns termos enganadores e injustificados. Já se declarou que ela é "a ciência da religião"; mas o termo religião de maneira nenhuma é um sinônimo da Pessoa de Deus e de toda sua obra. Da mesma forma já se disse que ela é "o tratamento científico daquelas verdades que se encontram na Bíblia; mas esta ciência, embora extrai porção maior do seu material das Escrituras, extrai também o seu material de toda e qualquer fonte. A teologia sistemática também tem sido definida como o arranjo ordeiro da doutrina cristã; mas como o cristianismo representa apenas uma simples fração de todo o campo da verdade relativa à Pessoa de Deus e o Seu universo, esta definição não é adequada. 11

12 OUTRAS ÁREAS DA TEOLOGIA ABORDADAS EM CURSOS DE BACHAREIS EM TEOLOGIA DO SEMINÁRIOGOSPEL.COM TEOLOGIA BÍBLICA:

 Investiga a verdade de Deus e o Seu universo no seu desenvolvimento divinamente ordenado e no seu ambiente histórico conforme nos apresentados diversos livros da Bíblia. A teologia bíblica é a exposição do conteúdo doutrinário e ético da Bíblia, conforme originalmente revelada. A teologia bíblica extrai o seu material exclusivamente da Bíblia, seu período compreende somente até o final da era apostólica. TEOLOGIA DOGMÁTICA: É a sistematização e defesa das doutrinas expressas nos símbolos da Igreja. Assim temos "Dogmática Cristã", por H. Martensen, com uma exposição e defesa da doutrina luterana; "Teologia Dogmática", por WM. G. T. Shedd, como uma exposição da Confissão de Westminster e de outros símbolos presbiterianos; e "Teologia Sistemática", por Louis Berkhof, como uma exposição da teologia reformada. TEOLOGÍA EXEGÉTICA: Estuda o Texto Sagrado e assuntos relacionados, através do estudo das línguas originais, da arqueologia bíblica, da hermenêutica bíblica e da teologia bíblica. 

TEOLOGIA HISTÓRICA: Considera o desenvolvimento histórico da doutrina, mas também investiga as variações sectárias e heréticas da verdade. Ela abrange história bíblica, história da igreja, história das missões, história da doutrina e história dos credos e confissões. A teologia histórica tem seu período compreendido desde a era apostólica até os dias atuais. TEOLOGIA NATURAL: Estuda fatos que se referem a Deus e Seu universo que se encontra revelado na natureza. 

13 TEOLOGIA PRÁTICA: 

Trata da aplicação da verdade aos corações dos homens trazidos pelos outros ramos da teologia, sobretudo a sistemática. Ela busca aplicar à vida prática os ensinamentos das outras teologias, para edificação, educação, e aprimoramento do serviço dos homens. Ela abrange os cursos de homilética, administração da igreja, liderança liturgia, educação cristã e missões. OBJETIVO DA TEOLOGIA A coleção, o arranjo lógico, a comparação, a exposição e a defesa de todos os fatos de todas as fontes com respeito a Deus e Suas relações com o Universo (Paul Davidson, Vol. I, p. 2). O papel da Teologia como ciência não é criar fatos, mas descobri-los e apresentar a relação deles entre si. Os fatos com que lida a Teologia estão na Bíblia (Paul Davidson, idem). 

LIMITAÇÕES AO CONHECIMENTO TEOLÓGICO:

Limitações da mente humana (Rm 11:33; 2 Pe 3:16); Limitações da linguagem humana (2 Co 12:4); Restrições colocadas pelo próprio Deus (Deuteronômio 29:29; Provérbios 25:2;Marcos 13:32; Jo 16:12; Atos 1:7). Para chegarmos à organização que temos hoje, foram necessários anos de estudos e combate às heresias. Após a era apostólica (morte dos apóstolos) surgiram figuras de muita importância no cenário cristão, os apologistas, estudiosos cristãos que defendiam a fé diante das heresias que surgiam em sua época, como Justino Mártir, Tertuliano, Irineu entre outros ( d.c.). Essa apologética contribui em muito para a organização das doutrinas bíblicas como as que temos hoje. 

SIGNIFICADO DE TEOLOGIA:

Teologia é o estudo da existência de Deus, das questões referentes ao conhecimento da divindade, assim como de sua relação com o mundo e com os homens. Do grego theos (deus, termo usado no mundo antigo para nominar seres com poderes além da capacidade humana) + logos (palavra que revela), por extensão logia (estudo). A teologia estuda as religiões num contexto histórico, pesquisando e interpretando os fenômenos e as tradições religiosas, os textos sagrados, a doutrina, o dogma e a moral e sua influência nas diversas áreas do conhecimento, especialmente nas ciências humanas, como na Antropologia e na Sociologia. O conceito de teologia aparece pela primeira vez no pensamento grego, através de Platão, no diálogo A República para referir-se à compreensão da natureza divina por meio da razão, em oposição à compreensão literária própria da poesia, feita por seus conterrâneos. 

Contunua na proxima aula a partir do número 14.

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CURSO DE TEOLOGIA HISTÓRICA MÓDULO 1

 

 

14 TEOLOGIA SISTEMÁTICA Teologia Sistemática é a organização da teologia em diversos temas, seguindo fatos teológicos, de modo a formar um sistema específico de estudo: Própria estudo de Deus, o Pai. Cristologia estudo de Deus, o Filho, o Senhor Jesus Cristo. Pneumatologia estudo do Espírito Santo. Bibliologia estudo da Bíblia. Eclesiologia estudo das igrejas. Angelologia estudo dos anjos. Soteriologia estudo da salvação. Hamartiologia estudo do pecado. Escatologia estudo do fim dos tempos. Antropologia cristã estudo da humanidade. Demonologia estudo dos demônios sob sua perspectiva cristã. TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO Teologia da Libertação é uma corrente teológica humanista, fundada pelo sacerdote peruano Gustavo Gutierrez, que procura interpretar a Bíblia através do sofrimento dos pobres e pela luta a favor da libertação das comunidades cristãs diante das injustiças sociais. Com tendências marxistas, a Teologia da Libertação, praticadas pelos bispos e sacerdotes da América Latina foi criticada pela hierarquia católica, por apoiar revoluções violentas e lutas de classes. No Brasil o teólogo Leonardo Boff, grande defensor da Teologia da Libertação, ficou conhecido pela defesa das causas sociais. TEOLOGIA DA PROSPERIDADE Teologia da Prosperidade, também conhecida como confissões positivas ou Evangelho da saúde e da prosperidade, é um conjunto de princípios que busca a interpretação de textos bíblicos para fazer com que os fiéis entendam que Deus tem saúde e bênçãos materiais para entregar ao povo, bastando para isso que tenham fé. As ideias básicas da confissão positiva surgiram de algumas seitas sincréticas, nos Estados Unidos, no início do século XX. Baseados na metafísica ensinam que a verdadeira realidade está além do âmbito físico e que a mente humana pode controlar a esfera espiritual, principalmente no que diz respeito à cura de enfermidades. A teologia da prosperidade foi criada pelo pastor americano Essek William Kenyon, divulgada por Kenneth Hagin e adotada pelas igrejas neopentecostais, inseridas no grupo de religiões evangélicas, entre elas a Internacional da Graça de Deus, Universal do Reino de Deus, Renascer em Cristo e a Igreja mundial do Poder de Deus. TEOLOGIA REFORMADA Teologia Reformada é a teologia que estabelece qualquer sistema de crença que traça suas raízes na Reforma Protestante do século 16, na obra de Calvino e de outros reformadores, como também nos documentos produzidos nesse período. Não é uma 14

15 teologia uniforme, mas apresenta diferentes manifestações. Reúnem as igrejas presbiterianas e muitas igrejas congregacionais, batistas, entre outras. TEOLOGIA CONTEMPORANEA Teologia Contemporânea é a teologia dos tempos atuais. Surgiu no início do século XX, com o pastor Karl Barth, na busca de reaver a natureza e sentido da Bíblia como padrão de fé e prática da igreja. É o estudo de Deus no contexto atual e a evolução dos dogmas e dos pensamentos formados a respeito das doutrinas bíblicas no contexto que estamos inseridos. A Teologia Contemporânea recebeu influência de diversas outras tendências teológicas, entre elas: a Teologia Bíblica, a Teologia Católica, a Teologia Protestante, a Teologia Natural e a Teologia Especulativa. Conforme as direções que vai tomando, a Teologia Contemporânea recebe várias designações, entre elas: Teologia Modernista, Teologia Neomodernista, Teologia da Esperança e Teologia do Evangelho Social. A NATUREZA DA DOUTRINA A Bíblia Sagrada dá grande relevância à doutrina, e afirma fornecer o material próprio para seu conteúdo. Ela é enfática em sua condenação contra o que é falso. Adverte contra as "doutrinas dos homens" (Cl. 2.22); contra a doutrina dos fariseus" (Mt ); contra os "ensinos de demônios" (I Tim. 4.1); contra os que ensinam "doutrinas que são preceitos de homens" (Mc. 7.7); contra os que são levados ao redor por todo vento de doutrina" (Ef.4.14). No entanto, se por um lado a Bíblia condena o falso profeta, por outro exorta e recomenda a verdadeira doutrina. Entre outras coisas para a doutrina que "da Escritura é... útil para o ensino" (2 Tim. 3.16). Portanto, nas Escrituras a doutrina é reputada como "boa" (I Tim. 4.6); "sã" (I Tm. 1.10); "segundo a piedade" (ITm. 6.3); "de Deus" (Tt. 2.10), e "de Cristo" (II Jo.9). Para alguns cristãos, a palavra "doutrina" pode se mostrar um tanto ameaçadora. Ela evoca visões de crenças muito técnicas, difíceis e abstratas, talvez apresentadas de forma dogmática. Doutrina, entretanto, não é isso. A doutrina cristã é apenas a declaração das crenças mais fundamentais do cristão: crenças sobre a natureza de Deus; sobre sua ação; sobre nós, que somos suas criaturas; e sobre o que Deus fez para nos trazer à comunhão com ele. Longe de serem áridas ou abstratas, são as espécies mais importantes de verdades. São declarações sobre as questões fundamentais da vida, ou seja, quem sou eu? Qual é o sentido último do universo? Para onde vou? A doutrina cristã, portanto, constitui-se das respostas que o cristão dá àquelas perguntas que todos os seres humanos fazem. 15

16 A doutrina lida como verdades gerais ou atemporais sobre Deus e sobre o restante da realidade. Não é apenas um estudo de eventos históricos específicos tais como o que Deus fez, mas da própria natureza do Deus que atua na história. Crenças doutrinárias corretas são essenciais no relacionamento entre o cristão e Deus. Assim, por exemplo, o autor de Hebreus disse: De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, portanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam" (Hb.11.6). Também importante para um relacionamento adequado com Deus é a crença na humanidade de Jesus; João escreveu: Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus" (I Jo 4.2). Paulo destacou a importância da crença na ressurreição de Cristo: " Se você confessar com a boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa para salvação" (Rm. 10:9,10, NIV). A IMPORTÂNCIA DA TEOLOGIA É comum em nossas igrejas, principalmente as pentecostais, existir um sentimento de negativismo em relação à teologia, certa vez ouvi um obreiro dizer o seguinte: eu não compro uma Bíblia de estudo porque contém teologia de homens, Bíblias de estudo à parte, esta opinião equivocada tem contribuído para que o ensino teológico seja colocado à margem, talvez por um desconhecimento da teologia e seus efeitos na vida cristã individual e da igreja. A importância da teologia se dá em alguns aspectos: SATISFAZ A MENTE HUMANA Deus quando criou o homem, deu-lhe uma capacidade especial, o intelecto, a razão, ou raciocínio, é da mente humana querer entender o que está ao seu redor, o homem não concebe viver sem entender a vida, já dizia o filósofo Sócrates uma vida sem reflexão não merece ser vivida. A teologia como ciência humana, vem para tentar preencher a lacuna do entendimento humano acerca de Deus, fundamentando-se no que Ele revelou em sua Palavra, a Bíblia, que é a fonte primária da teologia (Mateus 22.37). AJUDA NA FORMAÇÃO DO CARÁTER CRISTÃO A teologia injeta em nosso intelecto um conhecimento sobre Deus que influi no desenvolvimento do nosso caráter cristão, moldando a nossa mente para tornar-se 16

17 parecida com a de Cristo, ter uma mente cristã é ver o mundo com a lente dos ensinamentos de Cristo. Ter a mente cristã é compreender o mundo ao nosso redor, influenciados pela verdade de Deus, a ponto de, mesmo imperfeitamente, pensarmos os pensamentos de Deus a respeito de qualquer assunto: desde o salário digno de uma empregada doméstica que tem duas crianças para cuidar e alimentar até as implicações éticas da biogenética. Entre outras coisas, ter a mente cristã é também fazer a análise de um filme ou de uma novela, à luz do ensino do evangelho. (R.RAMOS, 2003, p. 20) SERVE PARA PUREZA E DEFESA DO CRISTIANISMO Ao longo da história da Igreja, surgiram, e ainda surgem muitas teorias, doutrinas, correntes, heresias e afins. Para que a igreja esteja preparada para combater isso e manter uma doutrina bíblica pura, sua teologia precisa estar fundamenta da Bíblia, alguns movimentos religiosos têm sua doutrina fundamentada em teorias que foram combatidas ainda pelos pais da igreja, a doutrina da trindade é um exemplo disso. CONTRIBUI PARA O AVANÇO DO EVANGELHO A Igreja avança de forma sadia quando compreende o significado do evangelho, sendo capaz de dar uma explicação inteligível da verdade a outrem. Os líderes da Igreja têm a responsabilidade de cuidar do desenvolvimento do rebanho (Ef ). FUNDAMENTA A PRÁTICA CRISTÃ Para o cristão é imprescindível entender as escrituras para por em prática os seus mandamentos, a qualidade da nossa espiritualidade é proporcional à qualidade do nosso entendimento da Bíblia. AS ESCRITURAS 2 Timóteo 3.16,17 Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra. O termo Escritura, conforme se encontra em 2 Timóteo 3.16, refere-se principalmente aos escritos do Antigo Testamento(3.15). Há evidências, porém, de que escritos do Novo Testamento já eram considerados Escritura divinamente inspirada por volta do período em que Paulo escreveu 2 Timóteo(1Tm 5.18, cita Lc 10.7; 2Pe 3.15,16). Para nós, hoje, a Escritura refere-se aos escritos divinamente inspirados tanto do Antigo Testamento quanto do Novo Testamento. São (os escritos) a mensagem original de Deus para a humanidade, e o único testemunho infalível da graça salvífica de Deus para todas as pessoas. Paulo 17

18 afirma que toda a Escritura é inspirada por Deus. A palavra inspirada (gr.theopneustos) provém de duas palavras gregas: Theos, que significa Deus, epneuo, que significa respirar. Sendo assim, inspirado significa respirado por Deus. Toda a Escritura, portanto, é respirada por Deus; é a própria vida e Palavra de Deus. A Bíblia, nas palavras dos seus manuscritos originais, não contém erro; sendo absolutamente verdadeira fidedigna e infalível. Esta verdade permanece inabalável, não somente quando a Bíblia trata da salvação, dos valores éticos e da moral, como também está isenta de erro em tudo aquilo que ela trata, inclusive a história e o cosmos cf. 2Pe 1.20,21; veja também a atitude do salmista para com as Escrituras no Salmos 119). Os escritores do Antigo Testamento estavam conscientes de que o que disseram ao povo e o que escreveram é a Palavra de Deus (ver Dt 18.18; 2Sm23.2). Repetidamente os profetas iniciavam suas mensagens com a expressão: Assim diz o Senhor: Jesus também ensinou que a Escritura é a inspirada Palavra de Deus até em seus mínimos detalhes (Mateus 5.18). Afirmou, também, que tudo quanto Ele disse foi recebido da parte do Pai e é verdadeiro (Jo 5.19, 30,31; 7.16; 8.26). Ele falou da revelação divina ainda futura (a verdade revelada do restante do Novo Testamento), da parte do Espírito Santo através dos apóstolos (Jo 16.13; cf.14.16,17; 15.26,27). Negar a inspiração plenária das Sagradas Escrituras, portanto, é desprezar o testemunho fundamental de Jesus Cristo (Mateus 5.18; ; Lc 16.17; , 44,45; Jo 10.35), do Espírito Santo (Jo 15.26; 16.13; 1Co ; 1Tm 4.1)e dos apóstolos (3.16; 2Pe 1.20,21). Além disso, limitar ou descartar a sua inerrância é depreciar sua autoridade divina. Na sua ação de inspirar os escritores pelo seu Espírito, Deus, sem violar personalidades deles, agiu neles de tal maneira que escreveram sem erro (3.16;2Pe 1.20,21; ver 1Co 2.12,13 notas). A inspirada Palavra de Deus é a expressão da sabedoria e do caráter de Deus e pode, portanto, transmitir sabedoria e vida espiritual através da fé em Cristo (Mateus 4.4; Jo 6.63; 2 Timóteo 3.15; 1Pe 2.2). As Sagradas Escrituras são o testemunho infalível e verdadeiro de Deus, na sua atividade salvífica a favor da humanidade, em Cristo Jesus. Por isso, as Escrituras são incomparáveis, eternamente completas e incomparavelmente obrigatórias. Nenhuma palavra de homens ou declarações de instituições religiosas iguala-se à autoridade delas. Qualquer doutrina, comentário, interpretação, explicação e tradição devem ser julgadas e validadas pelas palavras e mensagem das Sagradas Escrituras (ver Dt 13.3). 18

19 As Sagradas Escrituras como a Palavra de Deus devem ser recebidas, cridas e obedecidas como a autoridade suprema em todas as coisas pertencentes à vida e à piedade (Mateus ; Jo 14.21; 15.10; 2 Timóteo 3.15,16; ver Êx 20.3). Na Igreja, a Bíblia deve ser a autoridade final em todas as questões de ensino, de repreensão, de correção, de doutrina e de instrução na justiça (2 Timóteo3.16,17). Ninguém pode submeter-se ao senhorio de Cristo sem estar submisso a Deus e à sua Palavra como a autoridade máxima (Jo 8.31,32, 37). Só podemos entender devidamente a Bíblia se estivermos em harmonia com o Espírito Santo. É Ele quem abre as nossas mentes para compreendermos o seu sentido, e quem dá testemunho em nosso interior da sua autoridade (ver 1Co2.12). Devemos nos firmar na inspirada Palavra de Deus para vencer o poder do pecado, de Satanás e do mundo em nossas vidas (Mateus 4.4; Ef 6.12,17; Tg1.21). Todos devem amar, estimar e proteger as Escrituras como um tesouro, tendo-as como a única verdade de Deus para um mundo perdido e moribundo. Devemos manter puras as suas doutrinas, observando fielmente os seus ensinos, proclamando a sua mensagem salvífica, confiando-as a homens fiéis, e defendendo-as contra todos que procuram destruir ou distorcer suas verdades eternas (ver Fp 1.16; 2 Timóteo 1.13,14 notas; 2.2; Jd 3). Ninguém tem autoridade de acrescentar ou subtrair qualquer coisa da Escritura (ver Dt 4.2nota; Apocalipse nota). Um fato final a ser observado aqui. A Bíblia é infalível na sua inspiração somente no texto original dos livros que lhe são inerentes. Logo, sempre que acharmos nas Escrituras alguma coisa que parece errada, ao invés de pressupor que o escritor daquele texto bíblico cometeu um engano, devemos ter em mente três possibilidades no tocante a um tal suposto problema:(a) as cópias existentes do manuscrito bíblico original podem conter inexatidão;(b) as traduções atualmente existentes do texto bíblico grego ou hebraico podem conter falhas; ou(c) a nossa própria compreensão do texto bíblico pode ser incompleta ou incorreta. A DOUTRINA DE DEUS DEFINIÇÕES BÍBLICAS: As expressões "Deus é Espírito" (Jo. 4: 24) e "Deus é Luz " ( I Jo.1:5), são expressões da natureza essencial de Deus, enquanto que a expressão "Deus é amor" ( I Jo. 4:7) é expressão de Sua personalidade. ( I Tm.6:16) DEFINIÇÃO CRISTÃ DO BREVE CATECISMO: Deus é um Espírito, infinito, eterno e imutável em Seu Ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade. 19

20 DEFINIÇÃO FILOSÓFICA DE PLATÃO: Deus é o começo, o meio e o fim de todas as coisas. Ele é a mente ou razão suprema; a causa eficiente de todas as coisas; eterno, imutável, onisciente, onipotente; tudo permeia e tudo controla; é justo, santo, sábio e bom; o absolutamente perfeito, o começo de toda a verdade, a fonte de toda a lei e justiça, a origem de toda a ordem e beleza e, especialmente, a causa de todo o bem. DEFINIÇÃO COMBINADA: Deus é um espírito infinito e perfeito em quem todas as coisas têm sua origem, sustentação e fim (Jo. 4:24; Ne. 9:6; Apocalipse l:8;is. 48:12; Apocalipse 1:17). A EXISTÊNCIA DE DEUS TEORIAS SOBRE A EXISTÊNCIA DE DEUS: ATEÍSMO: Nega a existência teórica e prática de Deus. DEÍSMO: Deus criou, mas se retirou e deixa a criação à sua própria sorte. Não interfere. PANTEÍSMO: Deus é uma força impessoal que está presente em tudo. TEÍSMO: Existe um Deus, vivo e pessoal, que criou e governa todas as coisas. Não se pode duvidar da existência de ateus práticos, visto que tanto a Escritura como a experiência a atestam. A respeito dos ímpios o Salmo 14.1 declara: Diz o insensato no seu coração: não há Deus (Salmos 10.4b). E Paulo lembra aos Efésios que eles tinham estado anteriormente sem Deus no mundo, Efésios A experiência também dá abundante testemunho da presença deles no mundo. Eles não são necessariamente ímpios notórios aos olhos dos homens, mas podem pertencer aos assim chamados homens decentes do mundo, embora consideravelmente indiferentes para com as coisas espirituais. 20

21 Tais pessoas muitas vezes têm a consciência do fato de que estão em desarmonia com Deus, tremem ao pensar em defrontá-lo e procuram esquecê-lo. Parecem Ter um secreto prazer em exibir o seu ateísmo quando tudo vai bem, mas é sabido que dobram os seus joelhos em oração quando sua vida entra repentinamente em perigo. Na época presente, milhares desses ateus práticos pertencem à Associação Americana para o Progresso do Ateísmo. Para nós a existência de Deus é a grande pressuposição da teologia. Não há sentido em falar-se do conhecimento de Deus, se não se admite que Deus exista. A pressuposição da teologia cristã é um tipo muito definido. A suposição não é apenas de que há alguma coisa, alguma ideia ou ideal, algum poder ou tendência com propósito, a que se possa aplicar o nome de Deus, mas que há um ser pessoal autoconsciente, auto existente, que é a origem de todas as coisas e que transcende a criação inteira, mas ao mesmo tempo é imanente em cada parte da criação. Pode-se levantar a questão se esta suposição é razoável, questão que pode ser respondida na afirmativa. Não significa, contudo, que a existência de Deus é passível de uma demonstração lógica que não deixa lugar nenhum para dúvida; mas significa, sim, que, embora verdade da existência de Deus seja aceita pela fé, esta fé, se baseia numa informação confiável. Embora a teologia reformada considere a existência de Deus como pressuposição inteiramente razoável, não se arroga a capacidade de demonstrar isto por meio de uma argumentação racional. Kuyper fala como segue da tentativa de fazê-lo: A tentativa de provar a existência de Deus ou é inútil ou é um fracasso. É inútil se o pesquisador acredita que Deus recompensa aqueles que O procuram. É um fracasso se, se trata de uma tentativa de forçar, mediante argumentação, ao reconhecimento, num sentido lógico, uma pessoa que não tem esta pistis. (Significada de fé no grego, PISTIS e no Hebraico é EMUNAH ) ACEITAR A EXISTÊNCIA DE DEUS PELA FÉ O Cristão aceita a verdade da existência de Deus pela fé. Mas esta fé não é uma fé cega, mas fé baseada em provas, e as provas se acham, primariamente, na Escritura como a Palavra de Deus inspirada, e, secundariamente, na revelação de Deus na natureza. A prova bíblica sobre este ponto não nos vem na forma de uma declaração explícita, e muito menos na forma de um argumento lógico. Nesse sentido a Bíblia não prova a existência de Deus. O que mais se aproxima de uma declaração talvez seja o que lemos em Hebreus 11:6... é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam. A Bíblia pressupõe a existência de Deus em sua declaração inicial, No princípio criou Deus os céus e a terra. Ela não somente descreve a Deus como o Criador de todas as coisas, mas também como o Sustentador de todas as Suas criaturas. 21


 

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